USO EXCESSIVO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS PODE COMPROMETER A VISÃO

USO EXCESSIVO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS PODE COMPROMETER A VISÃO

USO EXCESSIVO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS PODE COMPROMETER A VISÃO

A tecnologia tem ocupado espaço cada vez maior em nosso cotidiano. Para onde olhamos sempre vemos alguém com seus smartphones, tablets, notebooks e outros equipamentos eletrônicos, que fazem parte do mundo corporativo, vida pessoal e até mesmo dos momentos de lazer. O problema é que o uso excessivo desses facilitados da vida moderna podem causar danos à visão. Olhos secos, cansados, sem expressão são indicadores de que a pessoa está passando dos limites.

“Hoje podemos falar do CVS (Computer Vision Syndrome). Um estudo aponta que o problema afeta cerca de 90% dos americanos que passam mais de duas horas seguidas com os olhos focados em uma tela. No Brasil não temos números específicos sobre a síndrome, mas é cada vez mais comum encontrarmos pacientes que chegam ao consultório com queixa de visão embaçada, pálpebras cansadas, sensação de areia nos olhos, e até mesmo dores de cabeça frequente, e diagnosticamos que o problema vem do uso indiscriminado dessas tecnologias”, explica o oftalmologista Guilherme Kiill Júnior do COHR – Centro de Oftalmologia Humanizado de Referência.

Uma curiosidade é que, quando está em frente à tela, a pessoa geralmente esquece de piscar. Pode parecer estranho, por ser um ato automático, mas já foi constatado que, quando entretida com as tecnologias, o número de piscadas cai das normais 20, para seis vezes por minuto. Como o ato é essencial para eliminar secreções e poluentes da superfície ocular, quando diminuído abre espaço para irritações e infecções.

Algumas dicas para cuidar melhor da saúde dos seus olhos, diante de tantas tecnologias, são: opte por monitores grandes, que cansam menos os olhos, e também aumente o tamanho da letra no monitor; lembre-se de piscar e faça isso mais vezes quando estiver na frente das telas; posicione o monitor entre 10° e 20° abaixo do nível dos olhos; o ideal é que as telas fiquem a uma distância de 60 centímetros dos seus olhos; cuidado com a luminosidade excessiva, seja natural ou artificial, pois ela contrai as pupilas gerando cansaço visual;  descanse os olhos a cada 20 minutos, saindo da frente dos equipamentos.

“Devido a esses equipamentos estarem cada vez mais presente na vida das pessoas, o estímulo ao seu uso ser muito grande e a compulsão que tem gerado em jovens, crianças e adultos, fará com que tenhamos um aumento importante nos problemas visuais e também nos problemas emocionais dos indivíduos. Ainda não temos muitos estudos a respeito, mas o bom senso nos diz que devemos usá-los com restrições e não esquecermos de que o contato com o meio externo, com a natureza e a relação entre os humanos é muito mais rica e saudável do que toda essa era tecnológica”, conclui Guilherme Kiill Junior.

CRIANÇAS

 Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia cerca de 15 milhões de crianças, em idade escolar, sofrem de problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. Estima-se que, pelo menos 100 mil crianças brasileiras tenham alguma deficiência visual, e 33 mil ficaram cegas por causa de doenças oculares que poderiam ser evitadas, ou tratadas, caso descobertas precocemente.

A miopia, por exemplo, muitas vezes está associada ao esforço acomodativo, ou seja, ver coisas pequenas muito de perto, em movimento ou no escuro, o que acontece facilmente quando levamos em conta o contato que a crianças de hoje têm com os aparelhos eletrônicos. As crianças devem ser avaliadas por oftalmologistas a cada seis meses, isso até completarem quatro anos. A partir dessa idade é importante fazer consultas anualmente.

Com relação ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos, que também são muito usados pelas crianças, o oftalmologista orienta que “o ideal é que crianças, com menos de quatro anos, não utilizem esse tipo de equipamento e após essa idade a utilização seja criteriosa por parte do adulto responsável”, ensina Guilherme Kiill Junior.